quarta-feira, 29 de junho de 2011

Olhares das crianças sobre a cidade de Porto Alegre: infância contemporânea, psicanálise, educação e arte


Olhares das crianças sobre a cidade de Porto Alegre: infância contemporânea, psicanálise, educação e arte (MEIRA, 2011),
está disponível para leitura
no LUME/ UFRGS, veja link abaixo.

A pesquisa apresenta reflexões, análises e experiências tendo como foco os olhares das crianças sobre a cidade de Porto Alegre a partir de articulações transdisciplinares entre psicanálise, educação, arte, cultura, história e urbanismo.

O projeto Cidade das Crianças foi o campo no qual foram realizadas atividades artísticas e lúdicas abertas a crianças em espaços públicos e culturais da cidade. Os processos de criação coletiva, a extensão temporal, a repetição, a escuta das crianças e o registro de suas produções, foram os traços que marcaram o trabalho.

A experiência da Cidade das Crianças marcou lugares nos quais as crianças encontraram a possibilidade de realizar processos criativos no campo da educação não formal. As trajetórias das crianças foram entrelaçadas à memória da cidade e aos laços sociais que se desdobraram através de suas elaborações e experiências presenciais.

Olhares infantis sobre a cidade revelam que para além dos espelhos reais há possibilidades de experenciar a cidade com a criação de laços coletivos sistemáticos, a partir de redes imaginárias e simbólicas que
outorgam consistência ao lugar constituinte da infância no espaço público e cultural da cidade.
     
                                                                                          Resumo, Ana Marta Meira, 2011


Disponível através do link:
http://hdl.handle.net/10183/29782 

quinta-feira, 23 de junho de 2011


Sobre brincar, arte e fantasia na clínica psicanalítica com crianças

                                                                                         
                                                                                    Ana Marta Meira


                No escrito "O poeta e os sonhos diurnos", Freud (1973) analisa a relação entre o brincar e a fantasia, partindo da elaboração sobre os processos de criação do artista. Podemos encontrar neste trabalho passagens que apontam para a construção da fantasia própria do brincar, marcada por traços que se dirigem ao outro. 
              Neste trabalho, Freud (1973) revela que entre o brincar, o fantasiar e a arte há fios que se entrelaçam, fundando espaços de criação. Refere-se ao artista com a expressão schauspieler. Schaus se articula a visão, a ver. Spieler a jogador, aquele que brinca. Podemos considerar o artista -  schauspieler - como sendo aquele que brinca com o olhar. Que convoca, com sua ludicidade, o olhar.
                Entre o brincar, o artista e o sonho, produção de imagens, podemos transitar pelas múltiplas formas que podem outorgar à criança a possibilidade de  reinventar sua história. Entre estas, a psicanálise.
               Ao refletirmos sobre a dimensão lúdica que se instala em uma análise de crianças, observamos que o brincar que se desenrola em transferência apresenta diferenciações diante de outros campos de existência das crianças. Podemos apontar que as brincadeiras que a criança inventa em um processo analítico se encontram articuladas a processos associativos inconscientes enlaçados à transferência.
              Os brinquedos que fazem parte das buscas e encontros das crianças, considerados desde sua posição significante, são objetos que, brincados, falados, jogados, desmontados, remetem às múltiplas significações que podem vir a representar na cadeia associativa que a criança produz.
              Vamos fazer de conta?” é demanda que uma criança produz em análise, onde com personagens e objetos criados em meio ao vazio, mas sustentados transferencialmente, passa a buscar novas formas de ser, a enlaçar sua angústia a histórias encenadas. É nos tropeços, trocas, repetições, posições escolhidas, silêncios, interrupções, que o processo analítico se desdobra.
             O analista que trabalha com crianças ocupa a posição de oferecer a possibilidade de escolha de lugares, espaços e objetos a ser encontrados na cena que a criança busca. Oferece-lhe algumas palavras, muitas delas já enunciadas pela criança, que convocam ao trabalho associativo. Oferece-lhe o silêncio, a ser ocupado com a fantasia e a demanda. Cabe ao analista deixar-se levar pelos trajetos singulares que a criança venha a traçar.
            A riqueza do trabalho analítico a ser produzido por uma criança encontra-se em dependência da possibilidade de experenciar um lugar que se distancia da vida cotidiana, que se opera em meio à fantasia e aos devaneios que convocam à livre associação, motor da análise, pela via do brincar.
            Podemos considerar as brincadeiras e narrativas de uma criança em análise como sendo o motor do  desdobramento subjetivo, ao revelar-se a possibilidade de ensaios de novas posições, novos enlaces.
           Como em uma brincadeira de cabra cega, onde a criança, de olhos vendados, se defronta com seus desejos, medos, angústias, fundando trajetórias que passam a ser sustentadas, visceralmente, por sua imaginação. O desejo do analista aí se apaga, para que seja possível à criança esboçar gestos, olhares e palavras de forma singular, desprendendo-se do desejo do outro, deixando cair os objetos que a prendiam à alienação fundante do ser.
          As crianças costumam girar o corpo daquela que será a cabra cega, para que perca o rumo de seus passos. Da mesma forma, a posição do analista, ao não intervir de forma diretiva, faz com que a criança possa buscar, a partir de seu imaginário, os traços simbólicos que marcarão seu caminho, o norte de seu desejo.
         Podemos nos reportar a Lacan (1963) que escreveu a respeito da relação do sujeito com o objeto perdido, jamais encontrado, onde a sustentação da mesma se opera através da fantasia.  
              Os brinquedos, encontram-se neste lugar:  coisa a perder. São objetos de “faz de conta” que convocam ao brincar.

Margem
Débora Bolsoni
VII Bienal do MERCOSUL, Grito e Escuta
Cais do Porto, Porto Alegre, 2009
imagem: Ana Marta Meira


FREUD, Sigmund. El poeta y los sueños diurnos. Obras completas. Vol. II, Madrid: Biblioteca Nueva, 1973.
LACAN, Jacques. L’objet de la psychanalyse. Séminaire 1965-1966. Paris:   documento de circulação interna da Associação Lacaniana Internacional.


terça-feira, 21 de junho de 2011

A Cidade das Crianças e o teatro de sombras











A Cidade das Crianças é um espaço no qual as crianças realizam processos de criação coletiva, nas várias linguagens artísticas, entre essas o teatro, desenho, fotografia, pintura, filmagens. O lúdico, a poesia e a literatura estão presentes em suas criações.

A cidade de Porto Alegre é o horizonte sobre o qual suas  criações são colocadas em cena.

O teatro de sombras é uma linguagem que atravessa a história do projeto, sendo realizado desde agosto de 2006. As crianças inventaram uma história que é transformada em sombras a partir de suas produções.
O teatro de sombras possibilita que as crianças coloquem em jogo o corpo, o imaginário e interfiram sobre as cenas e personagens, desprendendo-se da posição de espectadoras. Elas são protagonistas no teatro, dando movimento às suas criações, em meio a jogos de luz e sombra, entre palavras que tecem a história coletiva.

O projeto Cidade das Crianças é aberto a crianças de 4 a 11 anos, coordenado por Ana Marta Meira e realizado em parceria com o Centro Cultural CEEE Erico Verissimo, localizado na Rua dos Andradas, 1223, Centro Histórico de Porto Alegre.

                                   






sexta-feira, 17 de junho de 2011

Cidade das Crianças realiza exposição Olhares das crianças sobre o Bom Fim


Imagine o que você quiser

Exposição de Fotografias: Olhares das crianças sobre o Bom Fim
A mostra de fotografias faz parte da Exposição Bom Fim Um Bairro Muitas Histórias, permanecendo aberta ao público de 30 de abril a 1 de julho de 2011.

Local: Museu da UFRGS, Campus Central, Bairro Farroupilha, Porto Alegre.
Realização: Cidade das Crianças
Coordenação: Ana Marta Meira
Parceria: CCCEV 

A Exposição Bom Fim Um Bairro Muitas Histórias é realizada pelo Museu da UFRGS,
visite o site através do link que indicamos no final desta postagem.

reflexos

As crianças e seus olhares sobre o bairro Bom Fim: imagens e testemunhos

A exposição Olhares das crianças sobre o Bom Fim apresenta imagens testemunho da infância sobre o bairro, recortando cenas, lugares, traços do espaço urbano e da cidade.
O projeto Cidade das Crianças é protagonista do processo de criação coletiva realizado pelas crianças, das mais variadas idades.
 “Bom fim, bom final, bom fim de história”, foram associações enunciadas coletivamente nas elaborações iniciais das crianças sobre o tema. O tempo extensivo, a presencialidade, marcas do projeto coletivo, fundam o tecido sobre o qual as imagens apresentadas foram criadas e escolhidas pelas crianças.
Na tessitura entre imagens e palavras enunciadas, registros imaginários e simbólicos da infância na cidade traduzem os olhares singulares das crianças, transmitindo recortes poéticos sobre o Bom Fim.

Ana Marta Meira - Coordenação

trajeto Z
traços e passos sobre o bairro
Cidade das Crianças
O processo de criação coletiva

As fotografias foram produzidas pelas crianças integrantes do projeto Cidade das Crianças em seus encontros semanais, aos sábados à tarde. As caminhadas pelo bairro Bom Fim foram o campo de seu trabalho durante o mês de março de 2011.
Em 12 de março as crianças planejaram o trabalho a ser realizado sobre o Bom Realizadas em 19 e 26 de março de 2011, as crianças andaram pelo bairro com o acompanhamento da equipe da Cidade das Crianças e familiares de algumas crianças.
No dia 2 de abril elas reuniram-se no Centro Cultural CEEE
Erico Verissimo, selecionando e nomeando coletivamente 30 imagens para a exposição, a partir das 300 fotografias que haviam registrado sobre o bairro.

 Veja algumas fotografias no link: http://twixar.com/BX0ppfNek0


Crianças que realizaram as fotografias sobre o bairro Bom Fim

Ana Clara de Souza Camargo
Clara Ghiggi Morales
Gabriel Soares Dias 
Júlio Estevan Ghiggi Morales
Lila Hanuman Brum Lindern
Nicolas Rocho Coutinho
Kaori Kubo Fagindes
Victória Berruti Valmorbida
Eduarda M. Silva - participação na montagem


Cidade das Crianças
Equipe

Ana Marta Meira – Psicóloga, Psicanalista, Mestre em Psicologia Social e Institucional/UFRGS, Doutora em Educação/UFRGS, Integrante do Grupo de Pesquisa em Arte e Educação/GEARTE/UFRGS. Coordenadora do Projeto Cidade das Crianças.
Colaboradora do Portal Cultura Infância. Contato: anamartameira@gmail.com
Cecília Dutra – Artista, Graduação em Artes Visuais/UFPEL, Especialista em Artes Visuais/Fotografia/FEEVALE.
Filipe Furlan – Psicólogo/UFRGS, Realizou Residência em Saúde Coletiva/GHC/RS, atua na Rede de Saúde Municipal de Sapucaia.
Tábita Wittmann – Graduada e Mestranda em Letras/Português e Literaturas de Língua Portuguesa/UFRGS, Professora de Língua Portuguesa do Projovem Urbano.
Gilvânia Pontes Maurício – Graduação em Pedagogia/UFRN, Mestre em Educação/UFRN, Doutoranda em Educação/UFRGS, Integrante do Paidéia/RN e GEARTE/UFRGS
João Borges e Júlia Soares – Estudantes e Estagiários do curso de Graduação em  Psicologia/UFRGS.
Colaboradora: Gabriela Bon – Graduação em Artes Plásticas/ História, Teoria e Crítica da Arte (UFRGS), Especialização em Museologia e Patrimônio Cultural (UFRGS), Mestranda em Educação/UFRGS, Integrante da Ação Educativa da Fundação Bienal do Mercosul, Integrante do GEARTE/UFRGS.

Parceria
Centro Cultural CEEE Erico Verissimo

Apoio
Projeto Monumenta, Fundarte, Zapata Filmes e Bamboletras.


Casal secreto












Brincando de pega pega













quarta-feira, 15 de junho de 2011

Cidade das Crianças

 A Cidade das Crianças é um projeto aberto a crianças de 4 a 11 anos, destinado à realização de experiências artísticas e lúdicas em processos de criação coletiva, tendo  como horizonte a cidade de Porto Alegre. As crianças e seus olhares sobre a cidade - imagens, histórias, narrativas, sons, músicas, brincadeiras, visitas a locais e eventos artísticos e culturais, são o campo do trabalho em espaços públicos e culturais do Centro Histórico de Porto Alegre. 
Coordenação: Ana Marta Meira
Local: Centro Cultural CEEE Erico Verissimo/CCCEV,
                                                       Rua dos  Andradas,1223, Centro Histórico, Porto Alegre.
                                                       Horário: Sábados, 15h30 às 17h30.
Pagamento mensal: doação de um livro à Biblioteca
O Continente/CCCEV.  

Breve histórico
O projeto Cidade das Crianças, no período de agosto de 2006 a março de 2011 foi realizado a partir da pesquisa de doutorado em Educação/UFRGS elaborada por Ana Marta Meira, Olhares das crianças sobre a cidade de Porto Alegre: infância contemporânea, psicanálise, educação e arte.
Atualmente a Cidade das Crianças mantém sua inserção no Grupo de Pesquisa em Educação e Arte/GEARTE/UFRGS, sendo  realizada em parceria com o Centro Cultural CEEE Erico Verissimo/CCCEV.




A Cidade das Crianças é realizada desde 7 de julho de 2007 no Centro Cultural CEEE Erico Verissimo, contando também com o apoio do Projeto Monumenta, Fundarte, Zapata Filmes e Bamboletras.
A primeira edição do projeto ocorreu no período de agosto a novembro de 2006, coordenada por Aline Busatto e Ana Marta Meira, na Oficina de Artes Sapato Florido, Casa de Cultura Mário Quintana.
A Cidade das Crianças tem como eixo o trabalho transdisciplinar nas áreas de artes, educação, psicanálise e demais campos de trabalho, buscando refletir sobre a relação das crianças com a cidade o espaço urbano. Através deste trabalho as crianças são convocadas a ler sua cidade a partir do reconhecimento de suas experiências, história e cultura.
Integrantes da equipe
     Ana Marta Meira - Coordenação do projeto. Psicóloga; Psicanalista; Mestre em   Psicologia Social e Institucional/UFRGS; Doutora em Educação/UFRGS,
 Colaboradora do Portal Cultura Infância, Integrante do GEARTE/UFRGS.
Tábita Wittmann - Graduada e Mestranda em Letras/UFRGS.
Gilvânia Pontes - Graduada e Mestre em Educação/Natal/UFRN e
Doutoranda em Educação/UFRGS, Integrante do GEARTE/UFRGS.
Marília Nunes - Graduação em Letras/UFSM. Mestre em Letras/UNISC, Doutoranda em Educação/UFRGS, Integrante do GEARTE/UFRGS.
Gabriela Bon - Colaboradora, Graduação em Artes Plásticas/ História, Teoria e Crítica da Arte/UFRGS, Especialização em Museologia e Patrimônio Cultural/UFRGS, Mestranda em Educação/UFRGS, Integrante da Ação Educativa da Fundação Bienal do Mercosul,
Integrante do GEARTE/UFRGS.


Contato com a coordenação:  anamartameira@gmail.com       Fone: (051) 98078797

Exposição de fotografias A Cidade das Crianças



A convite de Gabriel Guimard, artista de São Paulo, idealizador e coordenador do Portal Cultura Infância, a Cidade das Crianças produziu uma exposição para o site, que reúne trabalhos de todo o país.

As crianças  trabalharam na seleção de fotografias realizadas por elas em suas atividades artísticas e lúdicas, elaboraram a montagem, a narrativa visual, e o resultado de suas criações está no ar desde 2008, no Portal Cultura Infância, Portalzinho, Exposições, A Cidade das Crianças:
http://twixar.com/ws3PpDV5




O Portal Cultura Infância apresenta em sua estrutura o mérito de criar um espaço virtual de qualidade e consistência, aberto e acessível aos que trabalham com este campo.
As artes, a cultura, a comunicação, a educação, a psicologia, entre outros, estão presentes com suas contribuições, buscando a tessitura de redes que convoquem ao olhar sobre a infância.
Para além da informação, o Portal Cultura Infância é um espaço formador de novas posições diante das crianças, da arte e da cultura no Brasil, e reconhecendo sua importância, a Cidade das Crianças realizou a exposição com muita alegria e dedicação!

Portal Cultura Infância está no ar desde 2008

 
O Portal Cultura Infância, coordenado pelo artista Gabriel Guimard, foi lançado em setembro de 2008, constituindo-se em rede de referência nacional no campo das artes, cultura, educação, literatura, entre outros temas relacionados à infância.
A equipe de colaboradores do portal é integrada inicialmente por Wellington Nogueira, Henrique Sitchin, Marcelo Romagnoli, Ana Marta Meira, Silvia Pillotto, Gilka Girardello, Fabiano Moraes, Dirce do Amarante, entre outros.
http://cineclubes.org.br/tiki/article357

A exposição de fotografias A Cidade das Crianças é parte do Portalzinho, estando no ar desde 2008.
Site do Portal Cultura Infância: http://www.culturainfancia.com.br/  Infância: www.culturainfancia.com.br

Clínica psicanalítica com crianças

"A reflexão sobre a clínica psicanalítica com crianças aponta para múltiplos eixos que se encontram em jogo no tratamento, entre estes, questões referentes ao sintoma, à transferência e à posição analítica diante da família." (MEIRA, 2003) 


Artigo publicado a partir de seminário realizado na Faculdade de Psicologia,Unijuí, RS
Publicado no livro Estilos da Clínica, Drugg A. (Org.). Ijuí: UNIJUÍ, 2010.
http://twixar.com/MfINGTfAO

Resenha, Jogo de posições da mãe e da criança: ensaio sobre o transitivismo

"A criança é marcada por movimentos que a remetem à letra e ao discurso, instâncias simbólicas que o transitivismo aponta em seu horizonte. Neste, a mãe transitivista é aquela que atribui a seu filho a hipótese de um saber e ao mesmo tempo lhe outorga a possibilidade de construí-lo a partir de uma posição marcada pelo desconhecimento. Ao contrário, a mãe que "sabe tudo" não possibilita à criança a constituição de um saber marcado pelo simbólico, mantendo-a presa a uma posição de objeto, impossibilitando-a de ingressar na travessia do transitivismo." (MEIRA, 2003)

Resenha do livro de Jean Bergès e Gabriel Balbo, Porto Alegre: CMC Editora, 2003.
http://twixar.com/oQMoDegvtnr

Novos Sintomas

Livro publicado pela Editora Ágalma, Salvador, 2003. Reedição em 2011.
Organização: Ana Marta Meira

Editorial

 “Quando o caminhante canta na escuridão,

recusa seu estado de angústia,
mas não por isto pode ver mais claramente.”                                                                
( Freud. Inibição, Sintoma e Angústia)

As crianças de hoje nos colocam questões que se fundam a partir dos pressupostos da psicanálise e remetem às vias com que a subjetividade se constitui na contemporaneidade. A infância encontra-se marcada pelos sintomas sociais que inscrevem a velocidade, a multiplicidade, a fragmentação, o consumismo exacerbado, a sexualização banalizada, a hiperestimulação, o culto à imagem, como traços de referência do ser.
Diante disto, constatamos que os sintomas da infância, entre os quais ressaltamos o brincar, encontram-se também marcados por este apelo aos ideais sociais da modernidade [...]."

Ana Marta Meira


Coleção Psicanálise da Criança
http://www.agalma.com.br/agalma/ver_detalhes.asp?CodigoLivro=19

Olhares infantis sobre Porto Alegre

Leia na íntegra a matéria sobre as filmagens do curta metragem
Aquela Boina Vermelha
Imagens: Miguel Baierle

As filmagens do curta metragem Aquela Boina Vermelha ocorreram em setembro e outubro de 2010, a convite do Projeto Monumenta, no Centro Histórico de Porto Alegre, a partir de uma cena ocorrida durante as atividades da Cidade das Crianças no tapume da Praça da Alfândega.
Seu desdobramento imaginário é transformado pelas crianças em versões ficcionais, produzidas em meio ao universo coletivo da infância experienciado
na Cidade das Crianças.

A Cidade das Crianças e a Zapata Filmes realizaram este filme, que está em processo de captação de recursos para sua finalização.

A direção é de Juan Zapata, cineasta colombiano radicado em Porto Alegre, que realizou sua formação na Escola de Cinema de Cuba. O roteiro foi criado em conjunto com as crianças e a equipe, coordenado por Ana Marta Meira e Juan Zapata. A produção do curta-metragem foi realizada por Ana Marta Meira, Filipe Furlan, Tábita Wittmann e Fernanda Kieling.

As crianças elaboraram as cenas, histórias, que foram criadas a partir de sua experiências artísticas e lúdicas no tapume da Praça da Alfândega, em processo de restauração pelo Projeto Monumenta.

O Centro Cultural CEEE Erico Verissimo e o Jornal do Mercado são a parceria do filme, contando com o apoio do Projeto Monumenta, Fundarte, PPGEDU/UFRGS, GEARTE/UFRGS, Musicollege, eFrame, entre outros. Os comerciantes do Mercado Público garantiram, com seu patrocínio inicial, a realização das filmagens.

Matéria realizada pela jornalista Leda Malysz, Jornal Correio do Povo, 3 out 2010
http://twixar.com/5MVRGva2Hr9

A Cidade das Crianças e a bonita história da boina vermelha







A história do filme
Aquela Boina Vermelha,
em entrevista realizada
por Fabricio Scalco,
Jornal do Mercado,
Mercado Público de Porto Alegre
Outubro de 2010




"A idéia de fazer o curta metragem “Aquela Boina Vermelha”, diz Ana, veio  a partir de uma parceria com o projeto Monumenta, que convidou as crianças para realizarem atividades na Praça da Alfândega, que se encontra em processo de restauração e revitalização. “A Briane (diretora do Monumenta) acompanha o projeto desde a sua fundação, em 2006". A idéia consiste em trabalhar a relação das crianças com a cidade de Porto Alegre e principalmente no Centro Histórico, onde elas realizam atividades artísticas e buscam o resgate da história de Porto Alegre, assim como laços coletivos entre elas. “Então nós levamos as crianças em março, para elas conhecerem os tapumes. Elas começaram a tocar o material e ver o que poderia ser feito ali, dentro do tema As Crianças e a Cidade”, diz Ana. Inicialmente começaram a ser feitas intervenções, na rua da Praia, com tinta, idéia que as próprias crianças propuseram. “Elas escreviam poesias, faziam perguntas para pessoas que passavam, como: vocês gostam de crianças?”, conta a psicanalista."

Leia mais em: http://www.jornaldomercadopoa.com.br/index.php?view=article&id=379%3Acidade-das-criancas-e-a-bonita-historia-da-boina-vermelha&option=com_content&Itemid=113

Aquela Boina Vermelha




Em breve!

Aquela Boina Vermelha
Realização: Cidade das Crianças e Zapata Filmes

Sinopse
"Uma boina vermelha é lançada por uma menina ao outro lado do tapume da Praça da Alfândega, onde estão sendo realizadas escavações arqueológicas que revelam parte da história de Porto Alegre do início do século XX.
Através de um tecido marcado pelo realismo mágico, entramos no mundo da infância, ali onde se conjugam experiências, brincadeiras, palavras, imagens, tramas poéticas.
Fantasias se desdobram entre restos arqueológicos, mostrando traços da memória da cidade, das vivências infantis em meio à alegria de olhares que dão luz ao inesperado, às pequenas coisas.
Neste curta-metragem, as crianças são protagonistas do processo de criação, cuja narrativa visual envolve cenas reais, ficção e animação. O roteiro é criado na parceria entre a Cidade das Crianças e Zapata Filmes."


Ficha Técnica

  • Gênero: Ficção Infantil
  • Duração: 15 min
  • Direção: Juan Zapata
  • Roteiro: Ana Marta Meira e Juan Zapata
  • Animação: Felipe Antoniolli
  • Diretor de Fotografia: Edson Gandollfi
  • Montagem e Desenho Gráfico: Nathalia dos Santos Silva
  • Finalização de imagem: Voltaire Barbieri
  • Som direto: Anderson “Chachá” Amaral
  • Assistente de direção: Miguel Baierle
  • Still: Miguel Baierle, Nathalia Silva e Ana Marta Meira
  • Desenho de som: Rafael Rhoden
  • Produção: Ana Marta Meira, Filipe Furlan, Fernanda Kieling, Tábita Wittmann
  • Produção Executiva: Ana Marta Meira e Juan Zapata
  • Produção e Distribuição: Zapata Filmes
      Parceria: Centro Cultural CEEE Erico Verissimo e Jornal do Mercado

      Patrocínio inicial: Comerciantes do Mercado Público de Porto Alegre
     
      Apoio: Projeto Monumenta, PPGEDU/UFRGS, GEARTE/UFRGS, Fundarte, Musicollege,

      EFrame

Cidade das Crianças em notícias do Blog CCCEV

http://cccev.blogspot.com/2011/03/destinado-para-criancas-de-quatro-11.html
http://cccev.blogspot.com/2011/05/cidades-das-criancas-abre-exposicao.html
http://cccev.blogspot.com/search/label/Cidade%20das%20Crian%C3%A7as

Cidade das Crianças




Cidade das Crianças, informações

Ciranda cirandinha


Brincadeiras tradicionais
imagem: Edouard Freipont


"O brincar é a linguagem que as crianças encontram para elaborar o mundo". (MEIRA, 2009)

Matéria sobre as crianças 
e as brincadeiras,
fundantes de laços sociais.

Entrevista realizada por Fábio Prikladnicki, Revista Continuum, 
Itaú Cultural. São Paulo: Julho, 2009.
Veja mais em: http://twixar.com/euC8M0kN26

A cultura do brincar: a infância contemporânea, o brincar e a cultura no espaço da cidade

A cultura do brincar: a infância contemporânea, o brincar e a cultura no espaço da cidade

Ana Marta Meira
Dissertação de Mestrado em Psicologia Social e Institucional/UFRGS, 2004, Porto Alegre.

Disponível na Biblioteca Digital da UFRGS:
http://www.bibliotecadigital.ufrgs.br/da.php?nrb=000421178&loc=2004&l=e5ea396dae39c819

Infâncias

Cidade das Crianças
Imagem: Ana Marta Meira


"A infância na atualidade apresenta multiplicidades que convocam à reflexão. História, psicologia, antropologia, psicanálise, educação, entre outros campos, se articulam quando voltamos nosso olhar para este tema" (MEIRA, 2008).
Artigo publicado no Portal Cultura Infância, Eixo transversal Psicologia:

http://twixar.com/nkWrTeNuoJV

Infância, arte, cidade

Cidade das Crianças
Imagem: Ana Marta Meira
"A infância é campo no qual se processam construções, saberes, brincadeiras, descobertas. Estas experiências, fundantes de laços sociais, encontram na articulação entre arte e cidade espaços nos quais as crianças podem colocar em cena ensaios de formas de ser, fantasiar, criar.
Infância, arte e cidade se articulam em tecidos próprios de um universo marcado pela criação e as dimensões do espaço e do tempo. Na contramão da temporalidade veloz que marca a sociedade atual, encontramos traçados que levam a caminhos inesperados nas automatizadas formas de ser." (MEIRA, 2009)


Artigo publicado no Portal Cultura Infância, Eixo transversal Psicologia:
http://twixar.com/YgVOtLotGq

Infância e transmissão

Menina indígena em atividade da Cidade das Crianças
Tapume da Praça da Alfândega, abril de 2010
Imagem: Ana Marta Meira

"Se pensarmos que as crianças se encontram em um momento no qual estão constituindo formas de ser, o lugar dos adultos e da sociedade em relação ao que a elas é transmitido é fundante.
[...] A sociedade indígena nos traz ensinamentos: reedita cotidianamente narrativas próprias de um saber transmitido a partir da consideração de que os sonhos e a experiência coletiva configuram e dão consistência a formas de ser.
Em seus atos e passagens, nos revelam que o tecido social pode se configurar de diferentes formas, dando lugar à troca de palavras, ao espaço e ao tempo em extensão." (MEIRA, 2009)Artigo publicado no Portal Cultura Infância, Eixo transversal Psicologia:
http://twixar.com/8UQGlH7MF

As crianças e os brinquedos, entre invenções e ideais de ser



Cigarra, brinquedo japonês, também encontrado no Brasil
Cidade das Crianças, Porto Alegre
Imagem: Ana Marta Meira


"O brincar é tecido que constitui a infância. As brincadeiras se constituem no entrelaçamento com a cultura e o laço social e realizam-se a partir da transmissão que a comunidade propicia às crianças. É comum escutarmos das crianças a afirmação de que aprenderam suas brincadeiras com os outros, “vendo-os” brincar. As bonecas, os piões, a bola, a corda, as bolinhas de gude, entre outros brinquedos, são universais, mas seus traços se diferenciam a partir da cultura da qual fazem parte." (MEIRA, 2008)
Artigo publicado no Portal Cultura Infância, Eixo transversal Psicologia:
http://twixar.com/9jsGeCoqn